Epístola de Heloísa a Abelar, de Alexander Poper. Trata-se de um livro curtíssimo, contendo uma carta de Heloísa a Abelar. Para quem não conhece a história desse casal cujo amor era quase proibido, na França medieval, recomendo uma consulta rápida ao Google, ou então, sugiro que assistam ao filme Em nome de Deus.
Sobre o livro, podemos dizer que, mesmo sabendo que a carta não é verdadeira, Poper reconstruiu em suas linhas, emoções, sentimentos, dores que poderiam, de fato, ter pertencido a Heloísa. É uma volta no tempo, a um período em que a igreja católica ditava normas e colocava sob seu julgo a decisão sobre a vida de centenas de indivíduos.
Há muitas lendas sobre essa história de amor e há quem diga que a mesma não tenha acontecido, ou acontecido de outro modo. Todavia, enquanto leitor, apaixonado por belas histórias, prefiro acreditar que tenha de fato acontecido e me deixar mergulhar nesse manancial de sentimentos que nos permitem ir além de nós mesmos.
A epístola, tão bem construída e tão repleta de vida, nos dá, realmente, a sensação de ter sido escrita por Heloísa. Para mim essa é a graça da literatura: conseguir através de letras, palavras, parágrafos, nos conduzir a uma viagem para dentro de nós mesmos ou para universos distantes, alguns impossíveis na realidade.
Para quem conhece a história desse casal apaixonado, ler a epístola de Poper, é como estar diante de uma prova concreta da existência desses personagens e mais, é como nos colocarmos como cúmplices, observadores, admiradores diretos dessa história que, até hoje, comove o mundo.
O cemitério do Père-Lachaise, o maior da cidade de Paris, guarda, entre os túmulos de grandes personalidades, um túmulo-monumento magnifico, no qual dizem estar repousando Heloísa e Abelard.
Recomendo que vocês se informem sobre a vida desse casal e, se possível assistam ao filme sugerido no primeiro parágrafo, para depois lerem a epístola.
Um grande abraço,
Wagner Dias
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