O senhor das moscas, de William Golding. Cheguei a este livro a partir de um programa sobre literatura veiculado por um canal cultulral brasileiro: Super Libris (Tv Sesc), disponível no Youtube. Eu assistia a uma entrevista com a escritora Ana Maria Machado e em uma das janelas do programa, fui apresentado ao livro. Apesar de ter formação em literatura de língua inglesa, eu ainda não havia tido contato com as obras de Golding!
Contudo, sempre é tempo! Assistindo ao programa acima referido, senti um impulso de curiosidade pela obra e busquei o livro. No início imaginei ser mais uma história de aventura para jovens. Após as primeiras páginas eu já estava completamente envolvido pela narrativa. Esse envolvimento aumentou a cada página, revelando-me a riqueza deste texto, das artimanhas do autor, no bom sentido, conquistando a atenção do leitor e apresentando-lhe o que é o ser humano.
É isso! Trata-se de uma obra que retrata o ser humano em profundidade. O homem que se divide entre razão, emoção, instinto. É possível que o homem haja apenas por instintos, que se animalize? O que leva o homem a este estado de descontrole? Estamos livres disso? Poderemos em algum momento da vida agir de tal modo?
Essas são algumas das interrogações que as entrelinhas propõem. A minha grande surpresa foi perceber que, ao ler o livro, eu pude experimentar meu lado instintivo, animal, sem riscos físicos. Isso mexeu profundamente com minhas emoções e me deu a dimensão exata do que é a boa literatura. O livro fez com que eu me perdesse de mim, de minha sanidade, de minha sobriedade... Impressionante e difícil de explicar! Não sei se o mesmo efeito se passará com outros leitores.
Sobre o texto, posso dizer que se trata de um texto simples, de fácil compreensão, não exigindo grandes esforços por parte do leitor. No entanto, não confundamos o simples com simplista! A obra é profunda e, eu diria, fundamental.
Permita-se entrar em contato consigo mesmo através das palavras de Golding! O senhor das moscas é um livro que não pode deixar de ser lido! Não pode!
Recomendadíssimo!
Meus abraços,
Wagner Dias