De bois debout, de Jean-François Caron. Cheguei a esse livro através de sugestões de amigos. Comprei o exemplar e, devido às obrigações da vida acadêmica, demorei muito para encerrar a leitura, tendo que recomeçar alguns capítulos.
No início, fiquei meio perdido, tentando reconhecer o modelo de narrativa, de estrutura utilizada para contar a história. "Heim? Vozes? Isso é teatro? É uma tentativa de colocar na obra o coro tradicional da dramaturgia clássica grega?" Depois resolvi não questionar muito e seguir. E, pouco a pouco consegui mergulhar na proposta do autor, na intimidade dos personagens, revelada calmamente e transitando entre presente, passado e emoções.
É um livro que fala de livros, da relação pai-filho. Contudo, com uma originalidade e uma força expressiva que impactam o leitor. Trata-se de uma literatura rica, que revela os modos de vida do canadense da província do Quebec.
E entre fios de lágrimas, de dor, de alegria e de amor, desenrola-se um novelo e revela-se o que um buraco feito a bala na cabeça de alguém pode revelar no corpo e na alma. E como sou filho de um pai que também teve a cabeça perfurada por uma bala, imaginem minhas emoções durante a leitura!

Muito interessante a proposta. Quero conhecer outros livros de Jean-François Caron.
Provavelmente não há ainda uma tradução da obra para o Português, mas... se você gosta de desafios, ou estuda a língua francesa, está aqui uma boa sugestão. Mas espere o francês falado no Canadá! ;-)
Leitura recomendada!
A vocês, meus abraços.
Wagner Dias
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