domingo, 4 de março de 2018

L'ORANGERAIE

L'orangeraie, de Larry Tremblay. O que você faria, caso tivesse que escolher um filho, entre dois gêmeos idênticos, para enviar à morte a pretexto de salvar toda sua família? É a partir desse dilema que a obra de Tremblay se constrói. Em um cenário devastado pela dureza da guerra, a narrativa nos remonta aos atrozes ataques da contemporaneidade, que se fazem em nome da fé ou do poder sem limites.

Trata-se de uma comovente história de amor entre dois irmãos, unidos pela alma e pelo sangue, história que remete o leitor ao mais profundo esconderijo de sua existência, retirando de lá lembranças, medos, dores, amor e medo. 

O drama narrado faz parte do nosso cotidiano e nos aponta o tamanho da mesquinharia humana e o que se é capaz de fazer ao próprio semelhante em nome de uma ideologia. A leitura é rápida e fluida. A narração é construída com linguagem ágil, repleta de ricas metáforas e imagens fascinantes. 

A obra de Tremblay, comove. Não é à toa que recebeu inúmeros prêmios. Um livro que merece ser lido, assimilado e contemplado. Dificilmente o leitor não se identificará com os irmãos Amed e Aziz, assim como com suas histórias, brincadeiras e palavras de ternura. Dificilmente o leitor deixará de se revoltar, e quem sabe, os mais sensíveis, como eu, chegar às lágrimas.

Faço apenas uma ressalva com relação ao desfecho. Para muitos o final está dosadamente construído, dando à obra o desfecho necessário. Confesso que achei o final me trouxe a sensação de que a história não encontrava seu curso para terminar. Creio que o fim merecia um pouco mais de pompa, poderia ser mais majestoso... o que de forma NENHUMA tira o brilho e emoção construídos pelo autor. É apenas questão de gosto! ;-) 
Contudo, é um lindo livro. Recomendo fortemente sua leitura.

A vocês, meus abraços,
Wagner Dias

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