sexta-feira, 9 de março de 2018

LES REPENTIRS

Les repentirs, Marc Séguin. Trata-se de um livro fascinante sobre vida, amor e morte, temas constantemente revisitados pela literatura. Revisitados porque são os grandes temas da humanidade e talvez continuem sendo por anos a fio. O que dá envergadura a uma obra que retrata temas tão recorrentes é a forma de narrar e de se apropriar das minúcias que colocam o leitor em contato consigo mesmo. Acredito, e sempre acreditei, que boas obras, independentemente de serem de autores consagrados ou iniciantes, provém da virtude desses autores para conseguirem traduzir com palavras a emoção. Mais ainda: construir emoções com as palavras. Sejam quais forem tais emoções. 

Neste contexto de construção de emoções, atrevo-me a dizer que Marc Séguin, foi maestro sagaz e sensível ao harmonizar as notas de sua orquestra de palavras. Memória, amor, consciência de sí, perdas e a análise profunda e verdadeira do eu. O autor consegue transitar no tempo, no espaço, nas memórias, nas ilusões, nas fantasias, no desejo, nos aromas, na esperança, no sonho, na frieza e sordidez do homem de um modo simples e altamente contundente.

Impossível passar ileso pelas frases, pelas metáforas, pela poesia narrativa de Séguin. Impossível não perceber o caráter redentor e salvador da arte. Arte que salva o personagem principal da narrativa e arte que nos salva.

Fiquei bastante impressionado com o texto de Séguin. Curioso também! Possivelmente buscarei conhecer otros de seus trabalhos. Neste momento, ainda encontro-me em contato com as minhas profundezas humanas, tentando, à partir de Les repentirs, redescobrir-me. O desafio é gigante, mas a leitura é deliciosamente dolorosa e terna.
Recomendo com vontade!
A vocês, meus abraços,
Wagner Dias.

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