sábado, 18 de março de 2017

UMA HISTÓRIA DE SOLIDÃO

Uma história de solidão, de John Boyne. Do mesmo autor de O menino do pijama listrado, o livro Uma história de solidão é um romance repleto de emoção, dilemas, sonhos e pés firmes na realidade. Ao abordar um dos maiores escândalos vividos pela igreja católica nos últimos tempos, Boyne expõe de modo corajoso e ousado, através de sua narrativa, a natureza humana e alguns de seus mais sórdidos dilemas. Não entrarei em detalhes para não retirar de quem pretende ler o livro a curiosidade e as surpresas apresentadas a cada capítulo. 

A narrativa que alinhava presente e passado de modo muito inteligente, leva o leitor a conhecer a vida de Odran, o personagem principal da obra. Com ele, passamos a fazer uma viagem no tempo e a refletir sobre o que o homem é capaz de fazer, como as instituições religiosas aprisionam e ao mesmo tempo libertam. Sensível e repleto de passagens ternas, é impossível que não nos sensibilizemos ao conhecer, pouco a pouco, a vida dos personagens. 

Percebemos durante a leitura um cuidado do autor ao apresentar os assuntos os quais , é notório, são frutos de intensa pesquisa e de zelo de escrita. Uma história de solidão é um dos melhores livros que li nos últimos meses. Impactante e detalhista, a obra nos posiciona no mundo e nos mostra o que os julgamentos são capazes de causar. Podemos ainda refletir, a partir da leitura, sobre as prisões que nós mesmos construímos ao nosso redor, impedindo que possa haver vida em plenitude.

Quem de nós nunca viveu uma história de solidão? E o que é a solidão? Recomendo a leitura e convido a todos a refletirem sobre fé, sobre vida, sobre razão, sobre instinto, sobre justiça, sobre dor... medo... dedicação... e amor.

A vocês, meus abraços,

Wagner Dias






sábado, 11 de março de 2017

O OLHAR DE MILO

Imagem relacionadaO olhar de Milo, Virginia Mcgregor. O que o amor é capaz de realizar? Como um neto e sua avó se relacionam, e que mistérios escondem o que chamamos de limitações? Não há limitações quando impera o amor! Esta é a máxima da obra de Virginia Mcgregor, um presente que ganhei de alunas queridas, Mariana e Júlia, e que me fizeram desestressar durante os momentos finais de construção da minha tese de doutorado! Obrigado meninas!

A leitura fluida e leve de Mcgregor, vai nos fisgando pouco a pouco, permitindo que diversos assuntos se cruzem, compondo um mosaico de imagens, de fatos, de histórias e dramas humanos. Milo, o personagem principal, consegue mostrar ao leitor como é possível superar barrerias quando se tem um objetivo. Essa foi, para mim, a grande lição: é possível realizar sonhos se conseguirmos manter o foco, literalmente, e persistirmos!

A comovente narrativa aborda, além de uma rara doença, fatos atuais como a guerra da Síria e toda a dor dos refugiados. Trata-se de uma audaciosa trama, cheia de emoção, ação e sensibilidade. E quando tudo faltar, que o amor exista em dose dupla. E quando faltarem forças, que nos lembremos de tudo o que já passamos. E quando tudo parecer escuro, que lembremo-nos das cores! E quando perdermos a esperança, que possamos reavivá-la, na certeza de que o céu é o nosso limite!

Recomendo a leitura!

Meus abraços,

Wagner Dias

AS CANÇÕES DE NINAR DE AUSCHWITZ

As canções de ninar de Auschwitz, Mario Escobar. Mais uma obra para minha coleção de leituras sobre a segunda guerra mundial. Esta com um diferencial: abordar a temática dos ciganos que também foram vítimas do Nazismo em campos de concentração. A história é baseada em fatos reais e apresenta as faces de uma mãe, suas ações e emoções em nome da defesa sua família. A obra nos apresenta também, com profundidade, a sordidez do médico Joseph Mengele e suas experiências desumanas em Auschwitz. 

O livro é repleto de passagens fortes que se mesclam com a sensibilidade instintiva de uma mãe, pronta para tudo em nome da sobrevivência de seus filhos. Música, lágrimas, dor e desespero, amor e morte, ruínas e vida reunem-se na escrita polida de Mario Escobar que ao mesmo tempo em que faz literatura também informa.

Para quem leu O diário de Anne Frank, Depois de Auschwitz, O último judeu e tantos outros que fazem parte da minha lista de leituras de guerra aqui no blog, deixo a dica para que conheçam também As canções de Ninar de Auschwitz. 

A leitura, apesar do tema, corre suavemente. O texto é bem escrito e bem cadenciado, surpreendendo o leitor a cada nova página. A cada nova leitura abordando a segunda guerra mundial e suas atrocidades, é possível conhecer o holocausto com novas lentes, novas nuances que nos dão a dimensão do que a sede de poder é capaz fazer com o homem.

Recomendo!

Meus abraços,

Wagner Dias