sexta-feira, 8 de julho de 2016

OS ÓCULOS DE HEIDEGGER

Os óculos de Heidegger, Thaisa Frank. Já é sabido que o tema da Segunda Guerra Mundial é um dos meus preferidos. Nunca busquei as explicações para isso. Talvez não seja necessário. Mas leio muito sobre esse assunto, que me abala e me faz pensar no que a humanidade é capaz de fazer com o seu semelhante.

Pois bem... Pesquisando livros sobre a Segunda Guerra, deparei-me com a obra de Thaisa Frank. Li a sinopse e fiquei extremamente curioso. Comprei o livro! Fascinante, do começo ao fim!

O primeiro destaque é para a delicadeza e cuidado que a autora tem com o que narra. Os assuntos são muito bem construídos, encadeados, e nenhum deslize técnico é perceptível. As personagens são intensas e conseguem nos envolver em suas ações de modo muito especial e sensível.

É impossível não sentir o perfume de Elie! É impossível não sentir as emoções vividas pelos escribas na mina em que vivem. É impossível não se comover imaginando os temas e as frases que compõem as cartas escritas por judeus aprisionados... Se há alguma impossibilidade nesse livro, essa impossibilidade se refere a não sentir. É impossível não sentir!

Frank é genial ao realizar um jogo de ficção perfeito: une história, filosofia e literatura de modo ímpar! Impecáveis a abordagem sobre Heidegger e a forma com que o tema da Segunda Guerra é abordado.  Diferentemente de tantas obras sobre o holocausto, Os óculos de Heidegger não nos alimenta somente com imagens dos campos de concentração. Thaisa Frank consegue inovar, criando um cenário verossímil, forte e mágico, dentro de um tema tão estudado e tão conhecido. Inovar ao falar desse momento macabro da história da humanidade é uma imensa virtude!

Isso é incrível! Trata-se de perceber como a criatividade e o equilíbrio narrativo se unem para construir algo novo e tocante. Ficamos hipnotizados com as minúcias do texto. Virar as páginas é sempre uma grata surpresa. Deparamo-nos com passagens poéticas, outras duras, algumas surpreendentes... Uma obra rica, de enredo sublime e desfecho genial!

Recomendadíssimo!

A todos, meus abraços,


Wagner Dias.

EXTRAORDINÁRIO

Extraordinário, de R.J.Palacio. Este livro foi um presente! Ficou na fila de livros que tenho para ler durante um tempo, mas fui fisgado pela curiosidade. Trata-se de uma leitura para todas as idades, mas com foco no público infantil e juvenil. 

Contudo, como leio de tudo e gosto de saber o que anda acontecendo no universo dos meus alunos, estou sempre visitando e revisitando as preciosidades que compõem a formidável gama de bons textos para nossos pequenos e nossos jovens. Terei 80 anos e continuarei a me deliciar com essa literatura que me é tão especial!

Amei o livro! Formidável. Linguagem simples, leitura rápida e fluida. É impossível não se envolver com a história do personagem principal. O passar das páginas nos coloca em diálogo vivo com a forma de vida de Auggie, que é extraordinária. O texto nos permite sorrir, chorar (chorei bastante) e pensar acerca das formas que podemos utilizar para cativar. 

Há pequenos milagres cotidianos e Auggie, nosso querido personagem central, nos possibilita um reencontro com nossa mais sublime intimidade. 

Sempre digo que a boa literatura não é aquela que mais se parece com um quebra-cabeças, que tem uma lógica escondida, que tem um vocabulário apurado... enfim.... clichés de críticos. Como não tenho pretensão nenhuma de ser crítico literário, tento viver cada frase lida na expectativa de sentir algo. Boa literatura, para mim, é aquela que me comove. Não só aquela que me traz a emoção das lágrimas, mas o riso, a dor, o nojo... isso é, sim, um bom livro. 

Extraordinário é um desses livros que comovem, que mexem com nossas mais profundas emoções e que nos permitem repensar nosso lugar no mundo. E pensar nosso lugar no mundo significa agradecer pelas coisas boas, significa também aprender a lidar com aquilo que não é tão bom, compreendendo que a vida é passageira e devemos, aqui, neste plano terreno, tentar uma relação harmônica e carinhosa, dedicada e leal com os que conosco convivem.

O tema central do livro (diversidade) não poderia ser mais atual! Mas não se preocupem: o livro não é didático, nem obriga o leitor a aprender nada. É uma narrativa de vida. Só isso. Simples. E essa simplicidade cativa! Muito! 

Uma leitura que vale a pena!

A todos, meus abraços,

Wagner Dias

sexta-feira, 1 de julho de 2016

APENAS DIFERENTE

Apenas diferente, de Ana Claudia Ramos e ilustrações de Juliane Assis. Este livro foi um presente, dentre tantos outros e ricos livros que me foram ofertados pela passagem do meu aniversário no último 28 de junho! Uma data especial porque cheguei aos 40 anos! 

Quatro décadas de muitas histórias lidas, vividas, contadas e muitas ainda a contar! Um dia sairão da gaveta! 

Bem, quando li  Apenas diferente, eu me identifiquei de imediato com a vida, com os sonhos e conflitos do personagem principal, Nicolau! Por alguns momentos, cheguei a imaginar que minha vida estava sendo ali descrita! Mas ainda não sou tema de livros! Quem sabe um dia? ;-)

A história é linda e toca no que é mais profundo no universo infantil. As emoções, sonhos, anseios das crianças sendo retratadas de modo tão sensível e tão poético que é inevitável a emoção! Trata-se de um livro para todas as idades. 

A narrativa bem construída, com imagens sensoriais lindíssimas, prende a atenção do leitor que passa a viver a história do pequeno Nico! Podemos dizer que, assim como no jargão popular, "tomamos as dores do garoto" e, assim, vamos permitindo nos deixar encontrar nas páginas seguintes as respostas para tantas questões, sejam elas dos personagens ou as nossas. 

A leitura é rápida! Em poucos minutos o livro pode ser lido, relido, contado, recontado...

Vale a pena descobrir o que uma caixa de música, um lápis e tocos de vela podem fazer!

Adorei! Tornou-se um  dos meus clássicos!
Recomendadíssimo!

A todos, meus abraços,

Wagner Dias.