sábado, 18 de abril de 2015

A CASA DE CARLYLE E OUTROS ESBOÇOS

Quando comprei o  livro "A casa de Carlyle e outros esboços" minha intenção era conhecer um pouco do universo literário de Virginia Woolf. Minha estante ainda não tinha nada da autora e como vi o livro me conquistando pela capa, acabei comprando. Não li as descrições presentes no exemplar, não abri e levei para casa sem saber que se tratava de um diário (ou parte de um...). 
Na verdade, não consegui conhecer muito da escrita artística de Woolf, mas, sim, comentários tecidos por terceiros sobre a vida e obra da mesma. A casa de Carlyle e outros esboços traz sete textos curtos, páginas de diário, que nos revelam um pouco da mulher Virginia Woolf. Optei por não logo de início os comentários feitos sobra a autora para não me influenciar e, assim,  poder tecer, eu mesmo, minhas próprias considerações. 
A mulher Woolf, me pareceu bastante crítica, ácida com as palavras, observadora, mas com um texto carregado de certa melancolia e cansaço. É como se as coisas, o mundo e as pessoas a cansassem. Não é possível tecer julgamentos sobre os textos sem um contexto específico de quando e em que circunstâncias os mesmos foram escritos. Assim, após a minha leitura, recorri aos comentários presentes na obra, o que permite análises das palavras de Woolf nas datas em que foram construídos e do material humano em que a mesma estava embebida. Como eu gosto de ler biografias, ou conhecer a vida dos autores depois de ler sua obra literária, acho que errei começando por este livro. Mas para quem se interessa por diários e biografias, os textos serão degustados com prazer.
De qualquer modo, é possível chocar-se com certas passagens, com o tom dado às descrições de algumas pessoas e fascinar-se com um tom delicado e feminino que se mescla à firmeza de olhar e decisão que senti ao ler os esboços. 
A todos, meus abraços.
Wagner Dias

quarta-feira, 15 de abril de 2015

VIDAS SECAS

Para dar uma pausa às narrativas de guerra, reli, após mais de dez anos, a obra Vidas secas, do grande escritor Graciliano Ramos. Reler um clássico é sempre um desafio e uma redescoberta. Primeiramente a sensação de saber o que acontecerá. Em um segundo momento, as minúcias e alguns detalhes que em uma primeira leitura passam em branco. Tudo isso se soma à nossa passagem pela vida. Os anos que vagarosamente passam trazem consigo uma série de elementos que modificam nossa visão de mundo e nossa perspectiva sobre as obras lidas. Magnífico! É o que posso dizer de Vidas secas. 
Linguagem regionalista, personagens muito bem construídos e toda a saga de um povo - o nordestino - na luta pela vida e contra a seca. Nunca foi tão atual a obra! Imortalizado nas letras de Graciliano ramos, o livro Vidas Secas mexe com nossos sentidos. É de uma pureza ímpar, de uma força gigantesca que nos causa dor, tristeza, alegria, sorrisos e revolta! Sem dúvida, neste livro encontram-se dois dos mais marcantes personagens da literatura brasileira, sob a minha ótica, claro: Fabiano, o bruto homem de poucas palavras que luta pela vida e a doce cadelinha Baleia. Baleia ganha dimensões infindáveis que a tornam um personagem marcante, cativante e quase humano. Se há uma mensagem nesta obra, tal mensagem é a da esperança, ainda que tudo pareça seco, morto, sem vida! Qual o preço do sonho? Porque lutar por um sonho? Porque vale a pena. Vale a pena acreditar que poder-se-á, um dia, dormir em uma cama de couro cru, abandonando a dura e nodulosa cama de varas! É preciso querer. 
Em linhas gerais, trata-se de um livro fascinante. 
Recomendadíssimo!

Na foto desta postagem, encontram-se ilustrações de Aldemir Martins, feitas especialmente para o livro.

Meus abraços,
Wagner Dias.

sábado, 11 de abril de 2015

O MENINO DOS FANTOCHES DE VARSÓVIA

Já fiz coisas malucas nesta vida! Bem, maluquice também depende dos olhos que a analisa. Para muitos é maluquice beijar e cheirar uma flor, abraçar uma árvore, um livro... para outros... Hoje terminei de ler a obra de Eva Werver, O menino dos fantoches de Varsóvia, mais um livro que tem como mote a Segunda Guerra Mundial. não é segredo para quem acompanha o blog a minha fascinação por este tema. Acredito ter tido uma vida passada e, provavelmente, vivi neste período trágico da humanidade, sendo judeu, soldado nazista ou algo do gênero, tamanha minha fixação pelo assunto. Entendam: tenho pensamentos malucos! Ao terminar de ler o livro acima referido, eu o abracei. É tocante a história, comovente. Nenhum coração sensível seria capaz de não permitir que lágrimas corram do rosto com a narrativa. É uma obra de ficção, mas tão bem estruturada e escrita que chega a parecer real. Tive vontade de abraçar a autora! Já li muitas obras falando sobre a Segunda Guerra, mas este traz um outro lado. Mostra, além da visão dos judeus, alguns pontos da vida dos soldados nazistas que devem ser também analisados. Nada justifica o Holocausto, mas na vida, nem tudo deve ser tomado com radicalidade, ou teremos novas guerras. Há de se ponderar, em tudo. Eva Werver pondera, emociona e nos gruda os olhos no texto promovendo emoção, reflexão e prazer de ler.
Recomendo a leitura de O menino dos Fantoches de Varsóvia! Os traços e marcas deixados pela Segunda Guerra não podem ser esquecidos. Precisamos nos lembrar, sempre, para que não haja repetição!
A todos, meus abraços!