Quando comprei o livro "A casa de Carlyle e outros esboços" minha intenção era conhecer um pouco do universo literário de Virginia Woolf. Minha estante ainda não tinha nada da autora e como vi o livro me conquistando pela capa, acabei comprando. Não li as descrições presentes no exemplar, não abri e levei para casa sem saber que se tratava de um diário (ou parte de um...).
Na verdade, não consegui conhecer muito da escrita artística de Woolf, mas, sim, comentários tecidos por terceiros sobre a vida e obra da mesma. A casa de Carlyle e outros esboços traz sete textos curtos, páginas de diário, que nos revelam um pouco da mulher Virginia Woolf. Optei por não logo de início os comentários feitos sobra a autora para não me influenciar e, assim, poder tecer, eu mesmo, minhas próprias considerações.
A mulher Woolf, me pareceu bastante crítica, ácida com as palavras, observadora, mas com um texto carregado de certa melancolia e cansaço. É como se as coisas, o mundo e as pessoas a cansassem. Não é possível tecer julgamentos sobre os textos sem um contexto específico de quando e em que circunstâncias os mesmos foram escritos. Assim, após a minha leitura, recorri aos comentários presentes na obra, o que permite análises das palavras de Woolf nas datas em que foram construídos e do material humano em que a mesma estava embebida. Como eu gosto de ler biografias, ou conhecer a vida dos autores depois de ler sua obra literária, acho que errei começando por este livro. Mas para quem se interessa por diários e biografias, os textos serão degustados com prazer.
De qualquer modo, é possível chocar-se com certas passagens, com o tom dado às descrições de algumas pessoas e fascinar-se com um tom delicado e feminino que se mescla à firmeza de olhar e decisão que senti ao ler os esboços.
A todos, meus abraços.
Wagner Dias