David Copperfield, de Charles Dickens. Muitos dos livros citados em aulas durante minha graduação em Letras (isso já faz algum tempo) entraram na minha lista de leituras desejadas. Com o passar do tempo, obras contemporâneas, leituras destinadas às minhas pesquisas e ao trabalho, além dos clássicos fazem parte do meu cotidiano. David Copperfield é um desses clássicos que durante algum tempo ficaram na minha lista de desejos. Consegui, no fim de 2019, concluir essa leitura, mas só agora estou atualizando o blog.
Então, o que dizer dessa obra? De antemão, podemos compreender a denominação da obra como clássica. De fato, é uma obra que vem atravessando o tempo e deixando suas marcas. E graças aos seus admiradores, ganha essa conotação. O livro se perpetua porque continua emocionando os aventureiros que buscam nas linhas de Dickens algo com o qual se identifiquem.
Eu diria que sensibilidade define a obra. Personagens, muitíssimo bem construídos, envolvem-nos na atmosfera construída provocando nossas memórias afetivas e despertando nossos mais loucos sentimentos. Os primeiros capítulos, que narram a infância de Copperfield, o personagem principal, são repletos de pura emoção. Comovemo-nos com os dramas do menino que são recortados por lembranças, sonhos e desejos. No decorrer da trama, vamos percebendo como o homem se transforma e como as marcas do passado definem uma personalidade.
É uma leitura que exige paciência. No entanto, para se chegar ao paraíso, às vezes precisamos enfrentar agruras. Que agruras? Explico: não é uma leitura fácil e exige paciência para se acompanhar seu ritmo. Falamos de uma obra escrita em uma época em que os leitores se dedicavam à leitura sem as perturbações do mundo contemporâneo. Falamos de um estilo detalhista, intenso, profundo, que demanda vontade e dedicação.
Para os que concluem a leitura, o resultado é fascinante. Após fechar a última página, passamos ainda algum tempo refletindo sobre os dias em que o livro nos fez companhia e em quantas coisas pensamos sobre a história narrada e sobre nossa própria vida.
Não falo de minúcias da narrativa para não estragar a surpresa da leitura. Meu diário de bordo mostra, ou ao menos tenta mostrar, minhas sensações a partir das obras que leio e que, pouco a pouco, passam a fazer da minha história.
Recomendadíssimo!
Meus abraços,
Wagner Dias