sábado, 30 de março de 2019

HEIDI, A MENINA DOS ALPES 1 E 2

Heidi, a menina dos alpes, de Johanna Spyri. A primeira vez que li a história da pequena Heidi, eu ainda me encontrava no 5º ano do ensino fundamental (11, 12 anos de vida). E foi uma alegria, uma descoberta, poder viver as emoções daquele personagem tão puro e que tanto me ensinava. 

Os anos se passaram e eu nunca me esqueci daquele texto puro e poético, repleto de vida, de humanidade, nos seus mais íntimos sentidos. A história de Heidi, passara então a fazer parte das minhas lembranças mais ternas. Heidi 1 e 2 fazem parte dos meus clássicos literários. Porque sou eu quem define o que é um clássico! Kkkk! (Metido, né?). Mas acredito que somos nós quem definimos o que nos é clássico. Não gosto de muita teoria para explicar o que para mim se chama emoção. 

Eu acredito muito na pureza da criança e tenho a absoluta certeza de que a autora dessas histórias buscou suas memórias infantis para compor com tamanha doçura e zelo essas narrativas que há anos vêm encantando crianças, jovens e adultos de todo o mundo!

Sigamos! Reli na última semana os dois volumes. E revivi cada detalhe da obra. Voltei a desejar dormir numa cama de feno e tomar o mais puro leite de cabra dos alpes suíços. Impossível não se encantar com as descrições tão ricas em cores, sons e aromas. Impossível não se apaixonar por Pintassilgo, Pedro das Cabras e Vovó. Impossível não se comover com a pureza e coragem da pequena Heidi que com sua inocência, aprendeu o que é estar no mundo. 

É uma linda história que se divide nos livros 1 e 2. A leitura é rápida, fácil e extremamente agradável. Eu diria que Heidi é uma história inesquecível! Infinita em sua poesia e possibilidades de reflexões e renovação de nossa fé no mundo, nos homens e na força do bem!

É possível encontrar os dois livros em sebos ou em plataformas digitais, no formato e-book.

Recomendadíssimo!
Meus abraços,
Wagner Dias

DE BOIS DEBOUT


De bois debout, de Jean-François Caron. Cheguei a esse livro através de sugestões de amigos. Comprei o exemplar e, devido às obrigações da vida acadêmica, demorei muito para encerrar a leitura, tendo que recomeçar alguns capítulos. 

No início, fiquei meio perdido, tentando reconhecer o modelo de narrativa, de estrutura utilizada para contar a história. "Heim? Vozes? Isso é teatro? É uma tentativa de colocar na obra o coro tradicional da dramaturgia clássica grega?" Depois resolvi não questionar muito e seguir. E, pouco a pouco consegui mergulhar na proposta do autor, na intimidade dos personagens, revelada calmamente e transitando entre presente, passado e emoções. 

É um livro que fala de livros, da relação pai-filho. Contudo, com uma originalidade e uma força expressiva que impactam o leitor. Trata-se de uma literatura rica, que revela os modos de vida do canadense da província do Quebec. 

E entre fios de lágrimas, de dor, de alegria e de amor, desenrola-se um novelo e revela-se o que um buraco feito a bala na cabeça de alguém pode revelar no corpo e na alma. E como sou filho de um pai que também teve a cabeça perfurada por uma bala, imaginem minhas emoções durante a leitura! 

Gosto muito de textos desafiadores. Vejo-os como quebra-cabeças e isso aguça meu desejo de compreensão. Sinto-me meio detetive investigando um crime. E nesse livro isso se faz no nível da consciência e, paradoxalmente, no nível da inconsciência.  

Muito interessante a proposta. Quero conhecer outros livros de Jean-François Caron. 
Provavelmente não há ainda uma tradução da obra para o Português, mas... se você gosta de desafios, ou estuda a língua francesa, está aqui uma boa sugestão. Mas espere o francês falado no Canadá! ;-)

Leitura recomendada!
A vocês, meus abraços.
Wagner Dias