Poetizando aos 70..., de Lúcia Vasconcelos. Para quem acompanha este blog, não é novidade o fato de que faço aqui um diário das leituras que têm me ancorado e ajudado a controlar a minha ansiedade durante o período de construção da minha tese de doutorado.
Essas leituras, que fogem completamente do que leio para minha formação profissional, conseguem me colocar em um universo outro. E é neste outro universo que surgem minhas reais questões de vida: o que sou, para que vivo, o que quero da vida, por que a literatura me encanta tanto, para que serve... enfim...
Essas leituras, que fogem completamente do que leio para minha formação profissional, conseguem me colocar em um universo outro. E é neste outro universo que surgem minhas reais questões de vida: o que sou, para que vivo, o que quero da vida, por que a literatura me encanta tanto, para que serve... enfim...
E então eu me deparo com uma obra repleta de vida. Uma coletânea de poemas que provavelmente levaram um bom tempo para serem construídos. Um retrato de vida. Trata-se de ver as palavras desenhando o que a alma produz. E fico pensando: o que eu poetizarei aos 70? Estarei ainda neste mundo? O que terei visto? Quais serão as imagens que terei guardado de toda uma vida?
Talvez eu tenha a sorte da poetisa Lúcia Vasconcelos e consiga falar de amor, ou de amores, de saudades, da natureza, dos filhos, netos... Talvez eu queira esquecer o passado e construir caminhos novos. Talvez eu queira o que Elis cantou tão divinamente: "uma casa no campo" para ter a certeza da presença dos amigos do peito e nada mais.
Essas foram algumas das reflexões que o livro de Vasconcelos me proporcionou. As poesias doces, leves, despretensiosas revelam que, de fato, a vida pode ser poesia e, mais que isso: ter 70 é momento para recomeços. E dessa reflexão vem a coragem para mudar. Mudar o hoje, transformar sonhos em realidade. Quem sabe desengavetar aquela ideia há tanto tempo guardada? Quem sabe mudar de cidade, de profissão? Quem sabe ousar e buscar no mundo das sensações e emoções aquilo que a mecanicidade da vida tenta, a todo custo, nos retirar?
São reflexões de um quase quarentão! O que fica do livro aqui retratado? Fica a certeza de que revi o conceito de saudade. Saudade foi o poema que mais me tocou!
Poetizando aos 70..., além de ser um retrato de vida, constrói, hoje, uma parte da minha história de vida!
Recomendo!
A todos, meus abraços.
Wagner Dias