domingo, 25 de outubro de 2015

TODA LUZ QUE NÃO PODEMOS VER

Toda luz que não podemos ver, de Anthony Doerr. Busquei esse livro pela temática da Segunda Guerra Mundial. Esse tema me atrai por algum motivo. Foi uma grata surpresa. Quando se pensa que tudo já foi dito sobre aquele período negro e que as narrativas sempre terão os mesmos caminhos, encontramos um texto surpreendente, rico em minúcias, em imagens. Uma junção da dureza fria da guerra com a sensibilidade de histórias que se cruzam: Werner e Marie-Laure. Ele, um jovem alemão, e ela, uma menina cega que nos engrandece com suas palavras e ações.

Se não bastasse a riqueza das personagens, o livro possui uma engenharia muito interessante. Impossível não se sentir fisgado desde as primeiras páginas. Anthony Doerr, premiadíssimo com este livro, soube escrever essa história de modo inteligente e tocante.

Não espere dessa obra uma narrativa lugar-comum sobre a Segunda Guerra. Espere mais. Espere um mistério que gira em torno de um diamante e que alinhava toda a trama! Trata-se de um belo quebra-cabeças, recheado de cenas fortes, de música, de vida. Trata-se de um livro que aguça nossos sentidos e que, a cada página lida, desperta a vontade de ir além, de saber mais. 

No meio do livro, começamos a nos questionar como o autor arranjará o final. E este é muito coerente, rico e sem máculas. O livro é preciso. Provavelmente um trabalho muito bem pensado, tanto em termos técnicos (questões de física) assim como as aproximações com outras obras literárias e a organização das ações da narrativa..

Conseguimos ver, através do texto de Doerr, algo a mais que o mero bem e mal. Conseguimos ver onde a humanidade se equaliza. Lindo livro. 

Recomendadíssimo! 
A todos, meus abraços,
Wagner Dias.

sábado, 10 de outubro de 2015

EU SOU O MENSAGEIRO

Eu sou o mensageiro, de Markus Zusak. Cheguei a esta leitura após ter conhecido A menina que roubava livros, do mesmo autor. Fiquei curioso para saber se a escrita que tanto me satisfez em A menina que roubava livros estava presente em uma outra obra de Zusak. Ao pesquisar sobre Eu sou o mensageiro, percebi que o mesmo fora publicado antes de "A menina...". 

Em Eu sou o mensageiro, não senti a força de um bom enredo, nem a força de uma história que prenda o leitor. Eu diria que é um livro leve, para quem deseja se divertir e esquecer dos problemas do cotidiano, sem ter a pretensão de ler uma boa literatura. O livro distrai! E só. Não achei que o título tenha sido uma boa escolha e, para um leitor atento, a revelação feita no final, se faz já nas primeiras ações da trama, nas primeiras mensagens! 

Li até o final pois nunca desisto de um livro. Há bons momentos na trama. Mas acho que depois das primeiras mensagens, o livro faz uma barriga e cansa um pouco. Zusak tenta criar um suspense, um jogo de adivinhações que não são muito convincentes e tornam a narrativa frágil em alguns pontos. Algumas das mensagens são tão "água com açúcar", ou com um sentido tão...vazio que não justificam suas presenças na obra. 

Mas o personagem principal é cativante. Acho que a leitura se faz até o fim, porque passamos a torcer por Ed. Kennedy, o jovem protagonista! Acho que jovens irão se divertir com o vocabulário, com os romances e com a vida dos personagens. 

Eu esperava uma história forte e intensa, como em A menina que roubava livros. Comparar, no entanto, uma obra coma outra, não é uma boa tática. Prefiro ficar com as boas impressões da trama de "A menina...". Contudo, pretendo ver outras obras do autor para ter uma opinião mais contundente.

Para finalizar, repito: se quiser se divertir e espairecer, leia Eu sou o mensageiro! Mas não espere mais que isso!

A todos, meus abraços!
Wagner Dias.