segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

LE PEINTRE D'AQUARELLES

Depois de um tempo afastado do blog, tempo este no qual me dediquei a questões pessoais e li textos e obras de caráter científico, resolvi reinaugurar nosso diário de leituras com a obra Le Peintre d'Aquarelles (O pintor de aquarelas), de Michel Tremblay, que li nos meus momentos de folga entre dezembro e janeiro de 2018. Embora o livro tenha poucas páginas, ler em outro idioma - Francês - é sempre um desafio e é preciso atenção para que não percamos nenhum detalhe que pode estar oculto em imagens e expressões idiomáticas de uma outra cultura.

Le peintre d'aquarelles é um romance canadense (québécois) surpreendente. Minha primeira impresão foi a de estar lendo algo muito convencional, ideia que se desfez em poucas páginas, à medida que comecei a me envolver e refletir sobre a vida de Marcel, personagem principal da narrativa. Se não bastasse nosso personagem principal receber a visita da mãe morta e de um gato imaginário (a contracapa revela essas informações), o autor ainda nos premia com imagens textuais e poéticas incríveis, muito bem construídas, que mostram como é possível, através da arte, pintar com palavras lugares, coisas, formas, pessoas nunca antes vistos. 

Eu ousaria dizer que o autor é sagaz, criativo e que conhece bem o processo de construção de um enredo, uma vez que prende a atenção do leitor, permite reflexões e emoções diversas, a ponto de nos perguntarmos: e se fosse comigo? Seria eu assim? O que eu faria nesta situação? A cada parte lida, a cada frase, a cada revelação, Tremblay nos apresenta sua pintura literária: uma história de vida. Esta história nos leva a indagar o que é a felicidade e o que somos capazes de viver e fazer para a encontrarmos. 

Quando imaginamos que a história ruma para um desfecho convencional, o autor remexe toda a trama e nos surpreende com um final memorável, daqueles que nos obrigam a revisitar a obra e repensar em tudo o que foi lido. 

A epígrafe, de antemão, já nos alerta a viver intensamente para que não tenhamos que reconhecer a felicidade quando ouvirmos o barulho de sua partida ("J'ai reconnu le bonheur au bruit qu'il a fait en partant." Jacques Prévert)

Foi uma surpresa feliz descobrir a obra de Tremblay. Vale muito a leitura! Recomendadíssima!

A vocês, meus abraços,
Wagner Dias.

domingo, 11 de fevereiro de 2018

DE VOLTA AO TRABALHO...

Depois de um período longo de pausa, estou de volta ao blog. Dessa vez trazendo algumas mudanças na proposta original. Digamos que farei a partir de agora alguns acréscimos ao trabalho que vinha realizando. continuarei postando meu diário de leitor, com minhas percepções sobre obras lidas, mas, também, começarei a postar produções de minha autoria. 

Pretendo compartilhar algumas crônicas, poesias e, de vez em quando alguns vídeos que produzirei. E possível que, vez ou outra, o formato de postagens seja alterado, na tentativa de diversificar possibilidades e servir como canal de troca. Essas são ideias iniciais que pretendo colocar em prática! Portanto... fiquem atentos que vem novidade por aí! 

Conto, sempre, com os comentários. Eles são importantíssimos para que esta ferramenta não seja apenas exibição do meu próprio ego, mas que possa, de algum modo, para ser útil.
Recebam meus abraços,
Wagner Dias