A porta estreita /La porte étroite, de André Gide. Depois de algumas indicações, resolvi aceitar o desafio de ler um clássico da literatura francesa, no idioma de origem. Uma feliz surpresa!
Trata-se de uma narrativa muito bem encadeada, que conta com personagens minuciosamente construídos e relata de modo sensível dramas pessoais de dois jovens. Não vou fazer spoiler, mas quero dividir com meus leitores minhas impressões pessoais acerca da leitura.
Para mim, uma boa literatura é aquela que me provoca, que mexe com meus sentidos e me permite construir imagens. André Gide, majestosamente, consegue tecer uma linha narrativa envolvente, que aguça nosso lado mais puro de humanidade. É possível viver as emoções dos personagens, questionar suas condutas, irritar-se, sensibilizar-se... Cada personagem revela aspectos inesperados que mostram ao leitor o que é, de fato, o homem.
A cada nova linha um novo fato, uma nova descoberta, um desejo de seguir e buscar a próxima página, e a próxima, e a próxima, até o grande desfecho!
A porta estreita é um daqueles livros que não podem deixar de ser lidos. Não apenas para colecionar mais uma leitura, mas para buscar entendimento acerca do que o ser humano é capaz de viver, de sentir, de se sujeitar, de propor, de fazer em nome do amor.
No entanto, a obra dói! É uma história comovente que aborda o amor em seus aspectos mais íntimos, mais secretos, mais dúbios, mais intrigantes e mais desafiadores.
O que você faria por amor? Fica aqui o desafio da descoberta do que os personagens de A porta estreita fazem por amor!
Leitura recomendadíssima!
Meus abraços,
Wagner Dias