Ainda em clima de Gabriel García Márquez, passo de Cem anos de solidão a Memória de minhas putas tristes. Incontestável a genialidade do autor e a destreza e habilidade que possui com as palavras para descrever de modo tão sensível a vida, o passar dos anos, a chegada da velhice e a expectativa do fim.
O livro nos surpreende! Realmente, trata-se de rememorar, mas, ao mesmo tempo, presentificar a vida. É como se a leitura nos servisse de espelho da alma: o que sinto, que idade tenho em meu coração e o que aparento ao mundo? Como sou julgado, como me vejo, como me sinto? Há vida após os noventa? E o amor? Destina-se aos jovens?
Escrito com uma linguagem clara e precisa, o livro pode ser lido em poucas horas, tamanha a atração que provoca no leitor que fica aguçado e instigado a saber que rumo a história tomará. Repleto de musicalidade, de imagens fortes, de alusões a clássicos da música e da literatura universal, Memória de minhas putas tristes é um relato de um homem de 90 anos que se depara com a necessidade de amar e de viver sem as amarras impostas pela sociedade. Uma belíssima leitura que eu recomendo!
O amor, mesmo advindo das putas tristes, pode ser puro!
Surpreenda-se!
Meus abraços,
Wagner Dias